Todos os anos, sobretudo no verão, uma notícia é certa de ser vista em todos os jornais: poluição nos mares e praias impróprias para banho. Ano após anos, mesmo com campanhas de incentivo e conscientização, muitos turistas agem com irresponsabilidade e descartam quantidades enormes de plástico e lixo orgânico em praias de todo o país, muito dos quais acabam indo para o mar e contribuindo para o agravamento da poluição da região costeira do país que apresenta um ecossistema marinho particularmente vulnerável. E isso, infelizmente, ainda é apenas uma parte dos problemas de poluição no mar.
Além da grande quantidade de detritos despejados incorretamente, existe a questão dos esgotos domésticos e industriais que, se lançados em rios e córregos sem tratamento, podem chegar ao mar levando consigo elevadas cargas de poluentes.
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Dados do SNIS de 2014 indicam que a média nacional de tratamento de esgotos gerados é de pouco mais de 40%, e de 70% para esgotos coletados, com níveis substancialmente mais baixos para áreas periféricas e de crescimento desordenado, que chegam a apenas 9% em algumas áreas de grandes cidades, segundo pesquisa da ONG Trata Brasil.
Altos índices de despejo irregular de esgoto invariavelmente levam a problemas graves para a saúde das pessoas e de animais, tais como:
- Odores: a poluição química e biológica frequentemente leva a problemas de geração de odores desagradáveis em todo o entorno do corpo d’água, seja um rio ou mar, o que prejudica muito a qualidade de vida de todos na região;
- Doenças: proliferação de bactérias, vírus e microrganismos nocivos em geral fazem com que a população seja duramente afetada por doenças, sobretudo crianças, que são particularmente vulneráveis a desinteria, hepatite, cólera etc.;
- Eutrofização: a decomposição de compostos orgânicos gera nutrientes que estimulam o desenvolvimento de algas superficiais, que bloqueiam a luz e fazem cair o nível de oxigênio da água;
- Prejuízo à vida marinha: plásticos e detritos flutuantes podem ser engolidos por animais marinhos, efetivamente levando-os à morte.
Para evitar este tipo de prejuízo ambiental, é imprescindível que seja feita a coleta adequada de esgoto doméstico industrial, com tratamento adequado a cada tipo de efluente, seguido do depósito correto deste esgoto tratado, de acordo com a legislação ambiental vigente.
Paralelamente, é essencial realizar também a manutenção correta da rede de esgoto, evitando vazamentos e desvios impróprios. Apesar de representar uma postura inicial e depender de trabalho contínuo, práticas como essas são algumas das importantes para garantir a defesa do meio ambiente e a preservação da saúde e do bem-estar de pessoas e animais.