Quando não destinamos corretamente, os resíduos gerados no tratamento de efluentes podem causar impactos negativos ao meio ambiente. Apesar do lodo de origem biológica ser uma biomassa de valor agronômico, se disposto de forma incorreta pode prejudicar o solo e corpos d'água com sua alta carga de matéria orgânica.
Nesse cenário, uma das opções procuradas para a destinação são os aterros sanitários, porém, com as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tem como uma das metas o incentivo a práticas de redução, reutilização e reciclagem de efluentes, as empresas já podem contar com alternativas ambientalmente sustentáveis para destinar o lodo biológico resultante dos processos de tratamento.
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Métodos para o tratamento de lodo biológico
O tratamento do lodo passa por diversas etapas que dependem de tecnologia, espaço físico disponível e disposição final. Cada uma delas visa alterar ou otimizar as características químicas, físicas e biológicas por meio de diretrizes técnicas, ambientais e de saúde pública. Os métodos mais utilizados são:
Digestão anaeróbia: acontece por decomposição que gera biogás. As sobras de resíduos sólidos podem ser tratadas por meio de compostagem, que resulta em composto orgânico de uso seguro na agricultura;
Digestão aeróbia: processo de bioestabilização de lodos por meio de microrganismos aeróbios, capaz de reduzir a massa e o volume de lodo, assim como sua capacidade de atração de vetores;
Incineração: nesse tipo de tratamento, o composto, que é usado parcialmente como combustível no processo, é queimado a uma temperatura de 1200º graus, reduzindo o volume a cinzas com relativo aproveitamento para produção de calor e energia. Esse método inclui o tratamento dos gases produzidos na queima para evitar poluição atmosférica.
Compostagem: aqui o processo acontece através da atividade de microrganismos aeróbios presentes nos próprios resíduos. Este processo é capaz de degradar e estabilizar a carga orgânica de materiais.
Porque escolher uma opção que promova sustentabilidade
A destinação final dos resíduos provenientes do tratamento de efluentes orgânicos, como o lodo, é um verdadeiro desafio para governos e organizações, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico. Grande parte das empresas ainda destinam o lodo gerado para aterros sanitários, uma ação que deve ser repensada. Com as inovações tecnológicas ambientais e a oferta de soluções compatíveis à complexidade do tratamento de resíduos, muitos benefícios podem ser obtidos ao optar por uma alternativa sustentável.
Para começar, ao adotar o conceito de economia circular, as empresas estarão auxiliando na preservação ambiental. Outra vantagem é que, por meio de métodos como a compostagem e a produção de fertilizantes orgânicos para a agricultura, o resíduo passa a ser revalorizado como um subproduto útil e economicamente viável.
Além disso, é primordial que as empresas façam a escolha certa do parceiro que vai realizar os serviços de tratamento de seus efluentes. Isso porque, nos casos de danos ambientais, as organizações são corresponsáveis e podem ter que arcar com as penalidades previstas em lei. Logo, o ideal é conhecer a empresa contratada, exigindo documentos que atestam o tratamento e descarte dos efluentes da forma correta e ambientalmente responsável.
Dessa forma, além de reduzirem custos por meio de alternativas sustentáveis, as organizações ainda evitam pesadas multas e sanções relacionadas ao tratamento e destinação dos resíduos.