O reaproveitamento de resíduos é estratégia fundamental para solucionar um dos maiores problemas ambientais da atualidade: a quantidade de lixo gerado e sua correta destinação.
A compostagem é considerada alternativa sustentável, simples, eficaz e que atende a legislação ambiental em vigor – a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que regulamenta o tema no País.
O tratamento consiste em um processo biológico de reaproveitamento que transforma resíduos orgânicos urbanos, agroindustriais e agropecuários em novo produto, como fertilizante orgânico para ser empregado na agricultura. A transformação é realizada pela atividade de microrganismos aeróbios presentes nos próprios rejeitos, capazes de degradar e estabilizar a carga orgânica de diversos materiais.
O processo é realizado sob um rigoroso controle em todas as etapas, que são monitoradas com frequência, de forma a aperfeiçoar resultados e evitar fatores negativos, como maus odores e presença de vetores.
Parâmetros de avaliação
Durante o processo de destinação, recebimento e tratamento dos resíduos orgânicos, é necessário que seja feita avaliação, por técnicos capacitados, do material – dentro de parâmetros de composição química, volume e tamanho dos rejeitos, condições da armazenagem e umidade, entre outros.
Essa avaliação determinará a possibilidade de tratabilidade, em termos comerciais, e também irá especificar a precificação do tratamento por tonelada.
De um modo geral, os materiais utilizados para a compostagem podem ser divididos em duas classes: a dos materiais ricos em carbono (provenientes de madeira, no geral) e a dos materiais ricos em nitrogênio (café, folhas verdes, estrumes animais e restos de vegetais hortícolas).
No processo de compostagem, é comum utilizar uma mistura de materiais ricos em carbono com outros ricos em nitrogênio.
Importante ressaltar que o método de segregação deve ser eficiente no local de geração, uma vez que lixo comum e embalagens não devem estar inseridos quando da destinação, já que reduzem o valor de nutrientes ou podem contaminar o produto final – fertilizante.
Entre os resíduos que podem ser tratados, estão: lodos de ETE (Estação de Tratamento de Esgotos), materiais filtrantes agroindustriais, como terra diatomácea, bagaços, cascas de frutas e legumes provenientes do processamento de alimentos; podas de árvores brutas ou trituradas; cama de aviário; cascas de pinus e eucalipto; cavaco de madeira e moinha; cinzas de caldeira; pó de carvão vegetal e serraria; restos de alimentos provenientes de restaurantes, supermercados, Ceasas etc.; e produtos alimentícios vencidos ou fora de especificação.
Vantagens do tratamento
A opção pelo tratamento dos resíduos por meio da compostagem, e realizada por uma empresa terceirizada, resulta em inúmeras vantagens para o gerador.
O primeiro deles, sem dúvida, é a redução de gastos. Ao contratar uma empresa que fica encarregada pelo tratamento, são reduzidos investimentos com infraestrutura para construir sistema de operação, compra de equipamentos específicos, contratação e capacitação de mão de obra.
Outra vantagem inclui a redução de impactos ambientais, já que a compostagem contribui diretamente para a redução dos passivos ambientais – evitando a poluição do solo, água e ar – e esgotamento dos aterros, além de diminuir riscos à saúde da população.
A isenção de corresponsabilidade ambiental também é fator a ser levado em consideração. Isto porque, com a compostagem, o gerador deixa de ser corresponsável legal, uma vez que, no processo, a matéria-prima é transformada e a responsabilidade passa a ser do fabricante do novo produto (fertilizante). Ao contrário de quando o destino são os aterros sanitários: a responsabilidade por qualquer acidente será sempre do gerador.
Por fim, a empresa agrega o valor de responsabilidade ambiental e social, um diferencial importante, muito valorizado pelos consumidores.
Mas atenção: ao contratar um fornecedor para fazer o tratamento da compostagem, é necessário certificar-se de que ele possua a estrutura física adequada, profissionais qualificados e que realize o processo de forma segura. É essencial se certificar de que ele dá a correta destinação dos resíduos, além de estar devidamente licenciado junto aos órgãos ambientais.
Cumpridos tais requisitos, a compostagem é, sem dúvida, uma das melhores alternativas para empresas darem uma destinação ambientalmente correta aos seus resíduos, utilizando menor investimento e demonstrando alto grau de responsabilidade.