Uma empresa é sustentável quando alinha aos seus objetivos, metas e investimentos com foco sustentável a preservação ambiental e a responsabilidade social. Ao agir de forma sustentável, ganha o meio ambiente e ganha a empresa, com sua imagem junto ao consumidor.
Porém, hoje em dia, as empresas priorizam ser sustentáveis também por outra razão: o financiamento de recursos com a priorização de investimentos em empresas sustentáveis, socialmente responsáveis e rentáveis para ser alvo de aplicações financeiras.
São os chamados “investimentos socialmente responsáveis” (SRI), que, para os investidores, estão nas empresas que apresentam maior habilidade para lidar com riscos econômicos, sociais e ambientais, possibilitando maior lucro para o acionista ao longo prazo.
E se engana quem pensa que isso é coisa do mercado internacional. Esse tipo de investimento também está presente no Brasil, com previsão de crescimento cada vez maior e consolidação no cenário nacional.
Índice de Sustentabilidade Empresarial
Um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceira com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), aponta que, atualmente, mais de 10% das carteiras dos bancos brasileiros já correspondem a empresas que têm, em suas prioridades, preocupações socioambientais.
A eficácia dos produtos financeiros com focos sustentáveis pode ser vista, na prática, por meio do desempenho do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa – índice de análise referência para os investimentos socialmente responsáveis.
O ISE é uma iniciativa pioneira na América Latina, que teve início em 2005, com financiamento do Banco Mundial. Agora, ao completar dez anos, acumula ganhos de 123% de janeiro até setembro/2015, contra alta de 41% do Índice Bovespa, a principal referência da bolsa no País, no mesmo período.
Mais do que isso, dados da Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima) indicam que, nos últimos três anos, os fundos de investimentos com exigências de responsabilidade e governança, na escolha dos seus ativos, também superaram o Ibovespa.
Mapeamento estratégico
Os analistas financeiros fazem um mapeamento das empresas e, do lado ambiental, acompanham questões como uso de energia, água, manejo de resíduos e biodiversidade. Já, pelo lado social, fazem parte das análises as relações com clientes, funcionários, fornecedores e comunidades.
Com esse mapa desenhado, é traçado um panorama sobre quais temas terão mais impacto num determinado setor ou empresa, dimensionando os riscos à imagem da empresa em análise.
Essa ampliação da questão da responsabilidade social e ambiental, que passou a ter a ver também com o sucesso e a prosperidade das empresas, estimula, ainda mais, os empreendedores a adotarem melhores práticas de sustentabilidade. No fim, ganham todos – principalmente, o meio ambiente.