Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da resolução 47/193 de 21 de fevereiro de 1993, anualmente em 22 de março comemoramos o Dia Mundial da Água, data que tem o objetivo de apoiar o combate à crise hídrica global, conscientizando indivíduos e organizações públicas e privadas a respeito da preservação do recurso.
Para a campanha de 2022, a Un-Water, organização que junto à ONU e outras entidades se dedica ao assunto, escolheu o tema "Água subterrânea – tornando o invisível visível”. A finalidade é mostrar o quanto os recursos hídricos subterrâneos importam, mesmo que não possamos vê-los.
Onde estão as águas subterrâneas do mundo?
Água subterrânea é todo recurso que corre abaixo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas.
Essas águas são encontradas no subsolo dos aquíferos e desempenham um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos.
Segundo a Un-Water, quase toda a água doce líquida do mundo é subterrânea e, olhando especificamente para o nosso país, estima-se que há 112.000 km (112 trilhões de m3) desse recurso em terras brasileiras. Isso porque o Brasil abriga parte do Aquífero Guarani, uma das mais importantes reservas subterrâneas de água doce do planeta, que conta com uma área de 1,2 milhões de Km² e fica localizado no centro-sul da América do Sul, atingindo também parte do território Argentino, Paraguaio e Uruguaio.
A reserva possui grande importância em termos econômicos, políticos e ambientais, uma vez que propicia água para o abastecimento humano e para as atividades produtivas em zonas populosas, com destaque para a porção centro-sul brasileira, em áreas urbanas de cidades importantes como Ribeirão Preto (SP), São Carlos (SP) e Estrela (RS).
As ameaças acerca das águas subterrâneas
Uma análise da IWRA - International Water Resources Association - mostra que cerca de 98% da água doce disponível na Terra que está sob a superfície é usada principalmente para irrigação (65%) e consumo potável (25%), mas aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas ainda dependem exclusivamente das águas subterrâneas para atender às suas necessidades básicas, o que levanta uma preocupação com a preservação.
As mudanças climáticas, que são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima, tendem a gerar diversos impactos nos recursos hídricos ocultos. Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e consequentemente essas mudanças, estão a queima de combustíveis fósseis para geração de energia, as atividades industriais e de transportes, a conversão do uso do solo, as operações agropecuárias e o desmatamento.
Tudo isso pode impedir a recarga das águas subterrâneas, aumentar a intrusão de água salgada da elevação do nível do mar e diminuir a qualidade dos recursos devido a eventos de cheias e secas.
No âmbito industrial e urbano, outra atividade ainda pode trazer graves consequências: o descarte inadequado de efluentes e resíduos.
Derramamentos acidentais, vazamentos em tanques de armazenamento, aterros sanitários mal operados e lixões, também são exemplos de fontes pontuais de poluição das águas subterrâneas.
Comumente, os efluentes contêm concentrações de substâncias químicas e outros componentes tóxicos que, quando entram em contato com o solo, podem chegar a atingir também os lençóis freáticos, que já são as camadas superiores das águas subterrâneas, poluindo os recursos de forma direta.
O futuro das águas subterrâneas do mundo
A fim de garantir o abastecimento futuro, evitar os impactos das mudanças climáticas e manter a qualidade dos recursos hídricos, diversas entidades já atuam para elevar a conscientização da população a respeito do assunto.
Uma das formas de fazer isso acontecer será através da realização da Cúpula ONU-Água, uma ação que será realizada de forma híbrida em Paris visando chamar a atenção para as águas subterrâneas no mais alto nível internacional.
O evento usará o Relatório Mundial de Desenvolvimento da Água da ONU 2022 como linha de base e o 6º
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para definir ações relacionadas ao uso e proteção mais responsáveis e sustentáveis desse recurso natural vital.
Na cúpula, um catálogo sobre gestão e governança de águas subterrâneas também será apresentado e disponibilizado online para uso mundial.
Como as empresas podem contribuir com a preservação das águas subterrâneas
Cabe a todos se empenhar para frear as mudanças climáticas e preservar os recursos naturais, mas especificamente no âmbito industrial, as empresas já podem atuar tratando adequadamente os efluentes gerados em seus processos produtivos, o que inclusive, faz parte do 6º ODS que será assunto da cúpula.
Há duas metas deste Objetivo para as quais as organizações podem contribuir, sendo elas:
A Meta 6.3 - “Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente”.
E a Meta 6.a - “Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio à capacitação para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e saneamento, incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reúso”.
O tratamento de efluentes industriais e sanitários contribui diretamente com esses propósitos, tornando os resíduos líquidos aptos para retornarem à natureza de forma segura, beneficiando a população e o meio ambiente, além de impactar positivamente as atividades industriais.
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As empresas podem construir uma gestão eficiente baseada nesses objetivos com o apoio de parceiros especializados. Desde 1999, a Tera Ambiental atua no tratamento e reciclagem de efluentes, atendendo os mais diversos setores através da modalidade OffSite, que garante a qualidade do resíduo líquido para descarte seguro nos canais aquáticos e ainda proporciona uma alternativa ambientalmente correta e segura para o lodo resultante do processo.