A disponibilidade de água para o consumo humano vem sendo um dos grandes problemas ambientais em grande escala e prova disso é a crise hídrica que vem acontecendo no Brasil desde o ano de 2014. A crise hídrica provocada pela falta de planejamento, desperdício, escassez de água e poluição fez com que se buscasse uma nova forma de administrá-la: a gestão integrada das águas.
Saiba mais sobre essa prática e veja sua importância para lidar com a crise:
O que é a gestão integrada das águas?
A água é um dos recursos fundamentais para a sobrevivência, porém, na maioria das vezes não é utilizada de maneira sustentável, o que resulta na sua poluição e escassez. A gestão integrada das águas é um projeto sistemático que tem como principal objetivo a alocação, monitoramento e o desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos.
A gestão integrada tem como base a ideia de que a água é um recurso finito e seu uso é interdependente. Por isso, essa prática promove o desenvolvimento coordenado dos recursos hídricos com o intuito de maximizar seu uso sem comprometer a sustentabilidade de ecossistemas.
São três os objetivos da gestão integrada das águas:
-
Ser eficiente ao utilizar os recursos;
-
Ter igualdade na alocação das águas entre todos os grupos socioeconômicos;
-
Proteção integrada dos ecossistemas e dos recursos hídricos.
Esse tipo de proposta de gestão desafia os modelos tradicionais de administração dos recursos hídricos, que já não são considerados viáveis do ponto de vista econômico, ambiental e social. Ela não possui um ponto de partida e nem um fim fixo, pois o meio ambiente está sujeito a alterações diariamente e, por isso, a gestão integrada dos recursos hídricos deve ser capaz de responder a mudanças e se adaptar às condições inéditas.
O ciclo do saneamento
Fazer o manejo dos recursos hídricos de forma integrada, utilizando os objetos do ciclo do saneamento básico — esgotamento sanitário, os resíduos sólidos e a drenagem urbana — é essencial para que o abastecimento de água possa continuar.
Poucos sabem, mas essas são três atividades fundamentais para a continuidade do abastecimento de água tratada em quantidade e qualidade satisfatórias, além da preservação dos recursos hídricos
Aproximadamente 80% da água disponibilizada para o consumo humano é convertida em esgoto. Esse tipo de efluente contém uma grande quantidade de organismos patogênicos e elevada carga de poluentes. Caso não seja devidamente coletado e tratado, há um sério risco de comprometimento dos mananciais. Sendo assim, a captação para abastecimento de água dos rios, receptores do esgoto tratado ou in natura, pode se prejudicado.
Já os resíduos sólidos – conhecidos popularmente como “lixo” – quando não acondicionados corretamente, podem comprometer a qualidade dos cursos de água superficiais e subterrâneos, seja pelo acúmulo de materiais no leito dos rios, seja pela infiltração de chorume e carreamento de contaminantes.
Por fim, a drenagem urbana tem participação fundamental para minimizar os efeitos danosos das enxurradas, além de evitar a sobrecarga desnecessária nos sistemas de coleta de esgoto. Porém, infelizmente, não é raro encontramos sistemas de drenagem mal dimensionados ou usados de forma inadequado, como um meio rápido de descarte de lixo e efluentes.
Por isso, é importante encarar a gestão das águas de forma integrada nesse momento de crise hídrica. As atividades desenvolvidas nesse método são trabalhadas de maneira paralela, igualmente importantes e complementares, levando em consideração o impacto de uma determinada ação em diversas áreas. Portanto, pode ser uma maneira de começar a resolver o problema da escassez de água, o que se faz tão urgente nos dias de hoje.
Achou interessante e esclarecedor o tema? Promova o assunto, compartilhando-o nas redes socias. Utilize também a opção de comentários aqui no nosso blog!