Nas últimas décadas, o aumento da população e seus hábitos de consumo resultaram na elevação da produção industrial e, por consequência, na maior geração de resíduos. O problema é quando descartados sem nenhum tratamento podem afetar o meio ambiente - o solo, a água e/ou o ar - e a saúde humana.
A poluição do solo, por exemplo, pode alterar suas características físico-químicas, representando grave ameaça à saúde pública, ao tornar o ambiente propício ao desenvolvimento de transmissores de doenças. Essa deposição de resíduos perigosos no solo e nos vegetais prejudica a flora e fauna, além de ser responsável por reduzir a produção agrícola.
Perigo dos efluentes industriais
O lançamento de efluentes não tratados em rios, lagos e córregos provocam um sério desequilíbrio no ecossistema aquático, consumindo o oxigênio em seu processo de decomposição, causando a mortalidade de peixes e plantas. Os nutrientes (fósforo e nitrogênio) presentes nesses despejos, quando em altas concentrações, ainda causam a proliferação excessiva de algas, o que também desequilibra o ecossistema local.
Outro efluente industrial que afeta esses modos de vida são as águas anteriormente utilizadas em sistemas de refrigeração, que causam a chamada poluição térmica. Este efluente, quando despejado no rio, acarreta aumento da temperatura da água, o que diminui a concentração de oxigênio e impacta os organismos do meio.
Resíduos contaminantes em geral podem causar diversos tipos de doenças, dependendo da sua origem e composição. Boa parte delas são a cólera, disenteria, meningite, amebíase e hepatites A e B desencadeadas principalmente por efluentes sanitários. E, mais graves ainda, quando contaminados por metais pesados, provocam tumores hepáticos e de tireoide, rinites alérgicas, dermatoses e alterações neurológicas.
Poluição atmosférica
A emissão de gases tóxicos, partículas industriais, circulação de veículos, gera situação crítica para a saúde da população. A poluição atmosférica pode provocar a formação de gases naturais na massa de lixo, pela decomposição dos resíduos com e sem a presença de oxigênio no meio. Isso origina riscos de migração de gás, explosões e até de doenças respiratórias, se em contato direto com os esses resíduos.
A destruição da camada de ozônio, o efeito estufa e a ocorrência das chuvas ácidas são exemplos de fenômenos agravados pela grande emissão de efluentes gasosos industriais. Já com relação às doenças provocadas e agravadas pela liberação de efluentes gasosos estão: câncer pulmonar, asma, enfisema e doença pulmonar obstrutiva crônica.
A importância do tratamento
O tratamento e a adequada destinação dos resíduos industriais são hoje um dos grandes desafios corporativos, principalmente no Brasil que, proporcionalmente, ainda tem poucos casos em que há uma destinação final correta aos mesmos.
Essa quantidade exagerada de resíduos, muitas vezes perigosos, é despejada incorretamente nos ecossistemas naturais, que ficam impossibilitados de depurá-los na velocidade necessária. No entanto, há ainda resíduos que não são biodegradáveis no meio ambiente, o que aumenta ainda mais a necessidade de conscientização ambiental.
A Política Nacional do Meio Ambiente, Política Nacional de Resíduos Sólidos e STJ invoca o princípio da responsabilidade do gerador do resíduo, no que tange à responsabilidade, desde a geração, estocagem, armazenamento, transporte e tratamento até sua disposição final. Mas isso não é suficiente: também é preciso que a sociedade ajude a fiscalizar o cumprimento das leis, pois os malefícios dos resíduos sem tratamento são incalculáveis ao meio ambiente e ao ser humano.