O tema deste ano definido pela ONU é "Cooperação pela Água", já que o desafio que o mundo todo enfrenta no campo dos recursos hídricos é a transformação das obrigações assumidas em ações concretas. Saiba mais aqui.
Na nossa região os dados são preocupantes e mudanças também são necessárias. Por exemplo, o nível de água das bacias formadas pelos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) na época de estiagem é de apenas408 m³por habitante/ano, já na capital paulista, a quantidade é de apenas250 m³por habitante/ano. Estes volumes estão bem abaixo daquele recomendado pela ONU, que é de 1,5 mil m³ por habitante/ano. “São números inferiores aos do Oriente Médio, cuja disponibilidade anual é de 450 m³/ano”, compara Paulo Tinel, integrante do Comitê do Consórcio PCJ.
A situação já compromete, inclusive, investimentos que poderiam ser feitos no estado de São Paulo. O Rio Capivari, que passa ao lado do Aeroporto de Viracopos e do Distrito Industrial de Campinas, por exemplo, já não oferece disponibilidade hídrica para implantação de empreendimentos na Região Metropolitana de Campinas (RMC), até porque no período de estiagem, sua vazão é reduzida em mais de 60%.
“Para ilustrarmos a gravidade da situação citamos o exemplo da indústria automobilística Toyota que só não implantou a sua segunda unidade fabril em Indaiatuba por não ter água suficiente”, conta o especialista.
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Balanço hídrico
Projeções do Plano das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí de2010 a2020 mostram que o Rio Atibaia terá uma vazão disponível de 8,54 m³/s e um volume de captação de 10,78 m³/s em 2014, mas a vazão deve aumentar para 11,21 m³/s em 2020. Já a projeção de lançamento de esgoto é de 6,41 m³/s para 2014 e de 7,02 m³/s para 2020. Com isso, o saldo final ficaria em 4,16 m³/s (2014) e 4,35 m³/s (2020).
“Se não houvesse o lançamento de esgoto tratado e águas pluviais nos rios, o balanço não fecharia, portanto, não haveria água suficiente, daí a necessidade do tratamento de esgoto em nível secundário ou terciário, implantação das políticas de reúso de água e da implantação dos programas de controle de perdas na bacia”, explica Tinel.
A Tera Ambiental apoia o desenvolvimento sustentável, a regulamentação e estímulos de práticas de uso/reúso racional das águas. Acreditamos que políticas públicas eficientes, o combate ao desperdício de água e incentivos por meio de infraestrutura e fiscalização atuante sobre o tratamento dos esgotos e efluentes industriais em grande escala contribuem consideravelmente para a melhoria desse cenário.
A data
O Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a conhecida Eco-92. Desde então, as comemorações ocorrem a partir de um tema anual com o objetivo de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos.
O dia de hoje deve ser de reflexão e atitude, por isso faça sua parte evitando desperdícios e praticando o uso consciente da água.