Neste domingo, 22 de março, comemorou-se o 23º dia mundial da água, criado principalmente para mostrar a importância de sua conservação hídrica e preservação para o planeta.
São Paulo
A capital paulista passa por uma crise hídrica nessa data pela segunda vez consecutiva, o que nos faz refletir sobre a consciência da população e pelos poucos incentivos de investimentos na área. O problema já vem acontecendo a algum tempo, mas foi no ano passado o que o nível do Sistema Cantareira (responsável por abastecer cerca de 6,2 milhões de pessoas), atingiu seu índice mais baixo, desde sua criação em 1974 chegando a 14,6%, e o alerta de falta de água está longe de acabar.
Com os acontecimentos atuais, muitos paulistanos começaram a descrer das atitudes do governo o que gerou a mobilização de ONGs e iniciativas para a construção de mini cisternas para a reutilização de água da chuva.
"Se as pessoas acreditam que não é possível contar com o governo, isso cria um sentimento de urgência que faz a sociedade civil agir por conta própria, usando suas habilidades em prol desta causa", Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas Públicas da USP, em aula sobre a crise hídrica realizada no fim de fevereiro no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Brasil
No Brasil, apesar de possuir cerca de 13% de toda água potável do planeta, a realidade é diferente. Atualmente diversas cidades estão passando por suas piores crises hídricas da história, pincipalmente São Paulo e Recife. Ontem, o dia mundial da água, em Recife, iniciou-se com as torneiras vazias em cidades das localidades da capital e cidades vizinhas, além disso o maior reservatório do nordeste (Lago do Sobradinho) está com apenas 17% do seu volume.
Uma pesquisa inédita feita pela ONG ambientalista SOS Mata Atlântica mostra que pouco se tem feito para preservar este recurso valioso em sua origem: os rios, córregos e lagos do país.
O levantamento, divulgado no dia 18/03, mediu a qualidade da água em 301 pontos de coleta em sete estados brasileiros e constatou que 23,3% apresentam uma qualidade ruim ou péssima.
Mundo
Poucos dias antes da comemoração do Dia Mundial da Água, a ONU anunciou que a população necessitará de 40% a mais de água até o ano de 2030, isso devido as altas porcentagens de água utilizadas nas indústrias, na produção de energia elétrica e na precariedade das condições sanitárias no mundo. Vale ressaltar que 700 milhões de pessoas no mundo não possuem acesso a água potável.
Em 2015, o tema escolhido pela UN-Water, agência da Organização das Nações Unidas (ONU), que coordena ações em assuntos sobre água doce e saneamento foi o “Água e desenvolvimento Sustentável” esse tema se baseia principalmente na conservação da água integrando todas as áreas de relevância que utilizam esse bem natural, como saúde, natureza, urbanização, indústria, energia, comida e igualdade.
“Para eliminar os múltiplos problemas relacionados à água, devemos trabalhar com um espírito de cooperação urgente, com mente aberta às novas ideias à inovação, e dispostos a compartilhar as soluções que todos necessitamos para um futuro sustentável”, diz Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, sobre a 23º data.
No dia 26 de fevereiro na 51º Reunião, foi decidido pelos Governadores do Conselho Mundial da Água definiram que em 2018 será realizado no Brasil o 8º Fórum Mundial da Água. A reunião discutiu principalmente sobre à segurança hídrica, água e energia e segurança alimentar. Para a escolha do nosso país para sediar o fórum, houve uma votação, onde o Brasil ganhou com 23 votos.
O que resta a população mundial e brasileira a fazer é mostrar sua conscientização e responsabilidade na prática e a exigência de que novos investimentos, tanto da iniciativa pública quanto privada, sejam realizados para a melhoria continua da saúde e bem estar da população, conservação/preservação da natureza e principalmente no pensamento em nossas presentes e futuras gerações.
Por Jéssica Amaral - Estagiária da Tera Ambiental