O mercado de laticínios cresce a cada ano e a exigência do consumidor também. Em uma pesquisa recente realizada pela Tetra Pak, enumeram a sustentabilidade do produto em 5° lugar como atributos-chave que buscam quando ps consumidores vão às compras.
Entre emissões atmosféricas, resíduos industriais e efluentes, a indústria do leite é uma das que mais são cobradas pela gestão da sua produção, isso porque os efluentes possuem uma elevada concentração de carga orgânica na forma de lactose, proteínas e gorduras e caso não tratadas adequadamente antes de devolvida à natureza, a empresa poderá ser autuada.
Os despejos industriais da produção são bem diversificados, indo desde lavagens de tanques, descarte de produtos inadequados e derrames, até os resíduos de embalagens na hora do envase e por isso, deverão ser tratados separadamente e de forma adequada.
O tratamento
O processo inicia-se pela identificação das características dos resíduos para que haja a definição correta na forma de armazená-los e, posteriormente, a melhor solução para o tratamento. Por vezes, até mesmo uma ETE local não consegue suprir a demanda para o descarte adequado em redes ou corpos d’água devido a alta complexidade na remoção da carga orgânica, daí a necessidade de parcerias¹.
Após esse etapa preliminar, eles devem ser separados pelas tradicionais caixas de gordura ou por flotação por injeção de ar, que separarão o material mais sólido – como a gordura – do material líquido, que será encaminhado para o armazenamento. Já nos tanques, os efluentes devem ser gerenciados de forma separada para evitar contaminação e estabilizar a matéria orgânica para que os efluentes estejam aptos para a coleta e tratamento.
Em relação aos resíduos sólidos, apesar de também necessitar de um tratamento prévio de divisão de materiais e armazenamento correto, o sistema de tratamento é diferente e exige prévia análise de um especialista. No caso dos resíduos sólidos orgânicos o processo é a compostagem, um processo natural que utiliza os microrganismos aeróbios presentes nos próprios resíduos que ajudam na degradação e estabilização das cargas orgânicas presentes nos materiais.
As vantagens de se adotar boas práticas ambientais
Quando se adota as boas práticas ambientais, a empresa não está fazendo somente um bem para o meio ambiente, mas também para a imagem da empresa. A redução e correta gestão dos resíduos, por exemplo, pode abrir mais espaço físico para a produção e novos investimentos financeiros. Veja algumas das muitas vantagens:
- Otimização do processo produtivo;
- Redução dos riscos de acidentes ambientais;
- Eliminação de ocorrências jurídicas e legais;
- Aumento de produtividade;
- Possibilidade de ampliação dos negócios;
- Aumento da credibilidade e imagem corporativa perante os próprios funcionários e mercado.
Empresas já sentem os notórios benefícios em retorno sobre a receita que o cuidado com o meio ambiente apresenta. O valor agregado vai além do ecológico, e demonstra para o consumidor a consciência para as gerações futuras e a possibilidade de ciclos de produção sustentáveis e renováveis.
¹Caso sua empresa não possua um espaço próprio e adequado para o tratamento de resíduos industriais, você pode contratar uma empresa terceirizada que auxiliará em todo o processo.
É importante estar em dia com as licenças ambientais; obter os documentos de autorização para tratamentos dos resíduos e sempre monitorar a empresa de coleta para ter certeza que os efluentes estão sendo realmente tratados.