Mesmo diante de um momento difícil do país, com a retração da economia, o setor de tratamento de resíduos industriais está em franca ascensão. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), com base no estudo da Consultoria Tendências, revela um crescimento para a área de 26% nos próximos cinco anos.
Isso significa que o mercado brasileiro para a indústria de proteção ambiental em resíduos industriais, hoje estimado em R$ 13 bilhões anualmente, deve ser atingir a cifra de R$ 16,3 bilhões em negócios em 2021.
Para os especialistas, esse efeito positivo, gerado na maioria das empresas do segmento instaladas no país, se deve à implantação de políticas ambientais e de transformação das manufaturas em processos sustentáveis.
Em resumo, a explicação do crescimento está diretamente ligada aos investimentos cada vez maiores em gestão ambiental e sustentabilidade demandados, em grande parte, pela necessidade das empresas se adequarem às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010.
Por outro lado, muito embora a PNRS seja considerada um avanço na área de regulação, o país ainda precisa de mecanismos mais eficientes de controle para evitar o aumento do passivo ambiental.
A análise dos especialistas é de que o Brasil ainda carece de sistemas de controle e fiscalização junto ao setor produtivo brasileiro e, somente com o real amadurecimento em políticas públicas ambientais e aprimoramento do nível de gestão de resíduos no setor produtivo, a sociedade conquistará ganhos de fato no controle da poluição e na melhor qualidade de vida. As empresas, por sua vez, ganharão com a oportunidade da geração de novos negócios.
Negócios no setor
No que se refere à competência e eficiência das empresas, hoje o Brasil possui tecnologia de ponta e empresas altamente capacitadas para a recuperação de áreas contaminadas, tratamento de resíduos e efluentes. Tem no setor privado de proteção ambiental a solução mais viável e segura economicamente para as empresas geradoras e aos gestores públicos.
As entidades do setor avaliam que nosso país não fica atrás de outras partes do mundo, onde o estímulo crescente ao desenvolvimento sustentável ajuda no equilíbrio do planeta e também cria inúmeras oportunidades de negócios.
Na Europa, por exemplo, a chamada economia circular já movimenta mais de 350 bilhões de euros anualmente. E no Brasil, a combinação do desenvolvimento sustentável com leis cada vez mais específicas, e com normas claras de prevenção e punição, faz com que as expectativas para o setor de resíduos sólidos sejam de mais negócios e maior geração de emprego.
É um momento de oportunidades no setor.