A destinação dos resíduos sólidos está se tornando uma preocupação mundial, isso porque a produção está mais intensa. Dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil de 2020, apontam um crescimento passando de 348kg/ano para 379kg/ano por pessoa. No total, a geração de resíduos sólidos somente no ano de 2019 foi de 79 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo que a produção se intensificou, a coleta e destinação também aumentaram de 88% para 92%. No Brasil, boa parte da destinação dos resíduos ainda vai para aterros sanitários, representando quase 60% do volume total. Mas ainda há a destinação incorreta, que corresponde a aproximadamente 17,5%, na qual os resíduos são encaminhados para os lixões.
Estima-se que até 2050, o Brasil terá um aumento de 50% na geração de resíduos sólidos, ultrapassando a 100 milhões de toneladas. Por isso, a destinação correta é fundamental para a sociedade.
A Política Nacional de Saneamento Básico implementou a lei nº 14.026/20, na qual apresenta novas diretrizes e orientações para a execução dos serviços de limpeza, manejo, coleta e destinação de resíduos sólidos, de modo que colaborem para a proteção e conservação dos recursos naturais.
Por que a destinação do lodo e outros resíduos para aterros sanitários pode gerar problemas?
De acordo com o Panorama, em 2019 a geração de resíduos produziu cerca de 96 milhões de toneladas de CO2, impactando em um aumento de 23% nas emissões de gases que causam o efeito estufa.
Os resíduos sólidos podem ser destinados aos aterros sanitários desde que realizado de forma correta e de acordo com as diretrizes ambientais, para isso não podem colocar em risco à saúde e seu impacto ambiental deve ser mínimo.
A disposição de lodo de esgoto em aterros sanitários é a opção mais utilizada, isso porque possui um custo menor no descarte e também por possuir em sua composição entre 60% e 75% de matéria orgânica. Entretanto, a destinação nos aterros apresenta dificuldades no tratamento e impede a recuperação desta matéria orgânica.
Um dos grandes problemas é a estabilidade dos taludes, pois os resíduos sólidos orgânicos em quantidades crescentes, mesmo quando desidratados, podem comprometer a segurança operacional, de modo que não seja possível a compactação e assentamento da massa.
Outro fator é a geração de lixiviado, que resulta da liberação dos líquidos da digestão dos materiais existentes juntamente com as águas de chuva, que infiltram na massa dos resíduos, tornando-os menos resistentes à compressão. A liberação dessa substância aumenta proporcionalmente a geração de gases, criando “bolsões de biogás” e odor. Por isso, o uso de uma manta de isolamento é necessário para evitar que o lixiviado não infiltre o solo e consequentemente, a sua resistência em relação à pressão da água seja mantida.
Dessa forma, quando os aterros sanitários não possuem um controle, podem acarretar em impactos geoambientais e sanitários, visto que é fundamental um controle quantitativo e qualitativo do lodo.
Porque a compostagem é a opção mais adequada para destinação do lodo e outros resíduos sólidos
Com a crescente geração de resíduos sólidos, e consequentemente o aumento na emissão de gases de efeito estufa e preocupações ambientais, o aterro sanitário torna-se uma opção secundária ao tratarmos de destinação de lodo.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei 12.305/2010), a destinação final de resíduos sólidos deve ser ambientalmente adequada, de modo que siga as regras e evite dano ou risco à saúde pública e à segurança ambiental.
A reciclagem e reaproveitamento de resíduos têm um impacto significativo e importância estratégica para a solução de alguns dos maiores problemas ambientais contemporâneos. Essa solução é considerada uma das alternativas ambientalmente mais seguras, sustentáveis e que atende à legislação vigente. Destinar resíduos orgânicos ao processo de reaproveitamento ainda diminui a pressão sobre os aterros sanitários, visto que a solução vai de encontro à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e também tem como objetivo a transformação das características do material em produtos ricos em nutrientes, como é o caso dos fertilizantes orgânicos compostos Tera Nutrição Vegetal.
Como acontece o reaproveitamento do lodo e outros resíduos sólidos através da compostagem?
Como sabemos, a compostagem é um processo de degradação da matéria orgânica. De modo geral, o processo pode ser dividido em 3 fases: mesofílica, termofílica e maturação.
Entretanto, para a produção de fertilização são necessárias 5 etapas:
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Análise prévia dos resíduos orgânicos
É necessário um processo de seleção de resíduos sólidos que podem ser tratados, como: bagaços, cascas de frutas e legumes provenientes do processamento de alimentos; lodos de ETE biológicas, inclusive sanitários; produtos alimentícios vencidos ou fora de especificação; entre outros.
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Disposição dos resíduos nas leiras
Após a seleção, os resíduos são colocados em pilhas simples de material, também conhecidas como leiras. As leiras possuem aproximadamente 2m de profundidade e 4m de largura, que são periodicamente giradas mecanicamente para garantir a distribuição uniforme dos materiais orgânicos e o contato adequado com o ar, dando início a metabolização dos nutrientes.
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Desprendimento de calor na fase termofílica
A fase termofílica é o processo mais longo da compostagem, levando aproximadamente 2 meses para a sua degradação, através das ações de fungos e bactérias. Nesta etapa, a temperatura pode alcançar entre 65 a 70ºC, possibilitando assim a higienização do composto gerado, visto que ocorre a morte de microorganismos patogênicos.
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Peneiramento e Maturação
Antes da maturação, o composto orgânico é peneirado, de modo que materiais, como cavacos de madeira, retornem para o processo de compostagem. Então, a massa segue para a última etapa da compostagem, maturação, no qual o composto fica de 1 a 2 meses, finalizando a higienização do fertilizante.
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Aplicação em áreas agrícolas
Após o longo processo de compostagem, o composto orgânico resulta em fertilizante orgânico, rico em matéria orgânica, microrganismos e nutrientes.
8 benefícios da compostagem para destinação do lodo e outros resíduos sólidos
A transformação dos lodos em fertilizantes para a agricultura é a forma que pode ser considerada como a mais adequada em termos técnicos, econômicos e ambientais, desde que convenientemente aplicada, sendo que seu processo termofílico fornece ao material as características necessárias para essa conveniência em termos de segurança e praticidade.
Essa transformação natural promove 8 benefícios a destinação dos resíduos sólidos:
- Alternativa ambiental correta, segura e definitiva que atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS);
- Contribui diretamente com a redução dos passivos ambientais e esgotamento dos aterros;
- Elimina patógenos devido à alta temperatura atingida no processamento;
- Favorece a redução da poluição do solo, água e ar;
- Isenta gerador de corresponsabilidade pelo resíduo;
- Promove a reciclagem de nutrientes para o solo;
- Revalorização e aproveitamento agrícola da matéria orgânica;
- Transforma resíduos em produtos úteis para outros segmentos.
Os avanços na geração de resíduos sólidos pedem por soluções mais eficientes, renováveis e ecológicas. Os aterros sanitários são grandes auxiliares na destinação dos resíduos, entretanto caso não sejam utilizados corretamente podem causar malefícios ao meio ambiente e ao homem.
Perante isso, a PNRS busca implementar processos ambientalmente qualificados, como é o caso da compostagem, sendo a produção de fertilizantes orgânicos através da compostagem uma opção segura para o meio ambiente.
Compostagem Industrial na Tera Ambiental
Com experiência adquirida desde 2000, somos pioneiros e referência quando o assunto é compostagem industrial. Recebemos resíduos orgânicos para tratamento através do processo de compostagem termofílica em uma área coberta de 30.000 m². Nossa planta é licenciada no órgão ambiental CETESB e no MAPA, atendendo a legislação e garantindo segurança e qualidade na operação. Saiba mais>